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Aprendizagem na educação básica ainda não retomou níveis pré-pandemia: desafios e perspectivas

Aprendizagem na educação básica ainda não retomou níveis pré-pandemia — veja o que revelam os estudos recentes e quais os caminhos para superar a defasagem educacional no Brasil.



A pandemia de Covid-19 impôs um dos maiores desafios já enfrentados pela educação brasileira. Com escolas fechadas, aulas remotas e desigualdades acentuadas, o processo de ensino-aprendizagem foi profundamente impactado. Um novo estudo revela que a aprendizagem na educação básica ainda não retornou aos níveis de 2019, com destaque para a matemática: apenas 5% dos alunos do 3º ano do ensino médio demonstram bom desempenho na disciplina. Este artigo apresenta os dados mais recentes, analisa as causas da defasagem e aponta soluções possíveis.


O que dizem os estudos mais recentes sobre aprendizagem pós-pandemia?

Levantamentos do Ministério da Educação (MEC), Inep e organizações como Todos Pela Educação mostram que, apesar da retomada das aulas presenciais, os níveis de aprendizagem seguem abaixo dos patamares pré-pandêmicos.

Fontes da pesquisa

  • SAEB 2023 (Sistema de Avaliação da Educação Básica)

  • Observatório da Educação

  • Relatórios estaduais e municipais

Comparações com dados de 2019

  • Queda de até 40 pontos nas médias de matemática e português

  • Retração nos índices de leitura e escrita na alfabetização


Desempenho dos alunos em português e matemática: principais resultados

As maiores quedas foram registradas nas disciplinas estruturantes, especialmente no ensino médio.

Avaliações por série

  • Ensino fundamental I (1º ao 5º ano): prejuízo significativo na alfabetização

  • Ensino fundamental II (6º ao 9º ano): dificuldade na consolidação de conteúdos

  • Ensino médio: perdas profundas em matemática, ciências e interpretação de texto

Destaque crítico

Apenas 5% dos alunos do 3º ano do ensino médio tiveram bom desempenho em matemática, segundo o SAEB.


Por que a pandemia afetou tanto a aprendizagem dos estudantes?

A suspensão das aulas presenciais durante quase dois anos revelou e aprofundou desigualdades educacionais.

  • Falta de conectividade e acesso a dispositivos

  • Ambiente doméstico desfavorável ao estudo

  • Interrupção da rotina escolar

  • Baixo acompanhamento familiar em contextos vulneráveis


Apenas 5% dos alunos do 3º ano com bom desempenho em matemática: o que isso revela?

Esse dado escancara a crise de aprendizagem no país, com repercussões imediatas e futuras.

  • Alunos chegam ao fim do ensino médio sem dominar operações básicas

  • Deficiência na base matemática compromete carreiras acadêmicas e técnicas

  • Risco de exclusão do mercado de trabalho qualificado


Impactos diferenciados entre redes públicas e privadas

Enquanto escolas particulares conseguiram migrar rapidamente para o ensino remoto, a maioria das escolas públicas enfrentou sérias limitações.

  • 94% das escolas privadas ofereceram ensino online diário

  • Menos de 50% das públicas tinham acesso garantido a plataformas virtuais

  • Estados do Norte e Nordeste foram os mais afetados


Como a defasagem impacta o futuro acadêmico e profissional dos alunos?

A perda de conteúdo reduz:

  • Chances de aprovação no ENEM e vestibulares

  • Possibilidade de entrada em cursos técnicos

  • Expectativas de renda futura

E ainda:

  • Aumenta a evasão escolar

  • Gera frustração e desmotivação


Medidas de recuperação da aprendizagem implementadas pelas redes de ensino

Diversos estados e municípios adotaram estratégias emergenciais e estruturantes.

  • Reforço escolar em contraturno

  • Ampliação do tempo escolar

  • Programas de tutoria entre pares

  • Aulas aos sábados e férias pedagógicas


A importância de avaliações diagnósticas no retorno às aulas presenciais

Essas avaliações ajudam professores a:

  • Identificar lacunas de aprendizagem

  • Planejar intervenções pedagógicas específicas

  • Adaptar o currículo de forma realista

O papel da formação de professores na recomposição das aprendizagens

Recuperar o aprendizado perdido exige educadores capacitados, atualizados e valorizados. A formação continuada é peça-chave nesse processo.

Formação continuada

  • Cursos e oficinas sobre metodologias ativas

  • Atualização no uso de tecnologias digitais

  • Discussões sobre gestão de sala de aula em contextos pós-pandêmicos

Novas estratégias de ensino

  • Ensino por projetos

  • Avaliações formativas contínuas

  • Atividades de intervenção pedagógica imediata


Uso de tecnologias e ensino híbrido na recuperação de conteúdos

A pandemia forçou a entrada definitiva da tecnologia na sala de aula. Agora, o desafio é integrá-la de maneira inteligente e eficaz.

Plataformas digitais

Ferramentas como Google Sala de Aula, Khan Academy, e outras soluções estaduais têm sido usadas para:

  • Reforçar conteúdos

  • Oferecer trilhas personalizadas de aprendizagem

  • Promover monitorias virtuais

Educação personalizada

  • Alunos aprendem em ritmos diferentes

  • Tecnologia permite adaptar atividades conforme o nível individual

Desafios de conectividade

  • Ainda há milhões de estudantes sem acesso pleno à internet

  • Soluções off-line e híbridas continuam sendo necessárias


O que dizem os especialistas sobre os resultados atuais?

Especialistas apontam que a situação é grave, mas reversível, desde que haja investimento contínuo e planejamento coordenado.

“A defasagem é real, mas com apoio aos professores e foco no aluno, é possível recuperar grande parte do aprendizado perdido”, afirma Claudia Costin, da FGV.

“Não é só uma questão pedagógica, mas também social e emocional. O acolhimento precisa andar junto com o conteúdo”, destaca o psicopedagogo Daniel Santos.


Comparação internacional: como outros países lidaram com a perda de aprendizagem?

Países da OCDE também enfrentaram desafios, mas adotaram políticas coordenadas de recuperação.

Reino Unido

  • Investimento em tutoria individualizada

  • Contratação emergencial de professores

Chile e Uruguai

  • Monitoramento em tempo real da aprendizagem

  • Parcerias com universidades e ONGs

Estados Unidos

  • Uso massivo de tecnologia

  • Enfoque em recuperação emocional e curricular combinados


Ações governamentais para mitigar os impactos da pandemia na educação

O governo federal e os estados brasileiros têm lançado programas para enfrentar o déficit.

Programas federais

  • Escola em Tempo Integral

  • Programa Pé-de-Meia (incentivo financeiro para permanência escolar)

  • Ampliação do Novo Fundeb

Apoio financeiro

  • Repasses extras via Fundeb

  • Projetos de alfabetização intensiva nos primeiros anos


Participação das famílias na superação das dificuldades de aprendizagem

A colaboração entre escola e família tornou-se ainda mais vital.

  • Estabelecimento de rotinas de estudo em casa

  • Acompanhamento de tarefas escolares

  • Comunicação frequente com professores


Educação socioemocional como aliada no processo de recuperação escolar

A pandemia afetou não só o conteúdo, mas também o bem-estar dos estudantes.

Saúde mental

  • Programas de apoio psicológico nas escolas

  • Espaços de escuta e acolhimento

Ambiente escolar acolhedor

  • Cultura de empatia e inclusão

  • Fortalecimento do vínculo entre aluno e escola


Conclusão: caminhos para superar a defasagem e garantir o direito à aprendizagem

A recomposição da aprendizagem exige compromisso coletivo, planejamento de longo prazo e valorização dos professores.

A realidade atual é desafiadora, mas com ações coordenadas entre governos, escolas, professores, famílias e sociedade, é possível transformar a crise em oportunidade de inovação pedagógica e melhoria estrutural da educação brasileira.


FAQs sobre a defasagem da aprendizagem na educação básica após a pandemia

1. Quais séries foram mais afetadas pela pandemia?
Principalmente o 1º ao 5º ano (alfabetização) e o ensino médio, especialmente em matemática.

2. Por que a defasagem foi maior na rede pública?
Devido à falta de acesso à internet, materiais e infraestrutura para o ensino remoto.

3. A defasagem pode ser superada?
Sim, com planejamento, reforço escolar, apoio docente e políticas públicas integradas.

4. Como as escolas estão enfrentando essa situação?
Com aulas de reforço, reestruturação do currículo e avaliações diagnósticas.

5. Qual o papel da família na recuperação do aprendizado?
Apoiar a rotina de estudos, manter diálogo com a escola e incentivar o hábito de leitura e estudo.

6. O governo tem projetos para ajudar?
Sim, como o Programa Escola em Tempo Integral e ampliação de recursos do Fundeb para recuperação de aprendizagem.

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